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domingo, 2 de novembro de 2008

MISSÕES EM UM MUNDO SEM FRONTEIRAS

Kemp Missões Brasil
Efésios 2.17-18 diz: “E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito”. Pela primeira vez, desde que essas palavras foram faladas, nós temos os meios de comunicação, os meios de transporte, o potencial humano e os recursos financeiros (tudo isso somado à tecnologia que cresce a cada dia) que possibilitam que o mundo todo seja evangelizado. É a maior oportunidade dentro da história cristã para se fazer Missões. O mundo globalizado tem tornado o “Ide e Pregai” ao alcance de todos.Vivemos, verdadeiramente, num mundo sem fronteiras e, principalmente, em uma época em que quase a totalidade dos crentes em Jesus podem colocar a mão no arado e levar o Evangelho a todas as partes. Por ser essa uma realidade, irá despertar em nós um grande senso de responsabilidade quanto à obra missionária. Eis que podemos ser missionários de várias formas. Há aqueles que oram fervorosamente e outros que, além de orar, contribuem financeiramente para missões, sustentando o trabalho. Esse sustento é tanto para os que vão, quanto àqueles que ficam na retaguarda, apoiando logisticamente os que estão realizando a obra, sendo considerados igualmente missionários. Mas isso não é tarefa e privilégio de alguns. Nós, que chamamos Jesus de Senhor e Salvador, devemos cumprir a Sua Grande Comissão de uma maneira bastante pessoal. O nosso Senhor espera que estejamos constantemente disponíveis e obedientes.Seguir a Jesus, o que implica – necessariamente – seguir as ordens deixadas por Ele, nos custará uma vida: a nossa própria vida, a qual será totalmente dedicada a Ele. Mas é claro que receberemos em troca algo muito mais valioso que é a vida de Jesus em nós.Os versículos 17 e 18, destacados acima, encontrados no segundo capítulo da carta que o apóstolo Paulo escreveu à igreja de Éfeso, trazem-nos verdades e lições muito valiosas. Vendo-os mais de perto, podemos compreender algumas coisas e aplicá-las no nosso viver, no nosso testemunho e no cumprimento da nossa missão. Começando de trás para frente, o verso 18 representa, em sua forma, uma grande força. Podemos compará-lo a um átomo que é pequeno, mas guarda em si uma potência sem igual. Essa comparação se torna possível porque, nesse pequeno verso bíblico, encontramos a própria Trindade representada. Vejamos: “por ele”, sendo a pessoa de Jesus; “ao Pai”, claramente entendido como Deus Pai; e “mesmo Espírito”, que se trata do Espírito Santo de Deus. Apenas com essa primeira olhada no texto bíblico podemos ver e assimilar a magnitude da mensagem nele expressa.Voltando ao versículo 17, compreendemos que a vinda de Cristo significou que a paz pôde ser pregada àqueles que estavam longe, assim como aos que estavam perto. Há no texto uma diferenciação entre os gentios (os que estavam longe) e os judeus (os que estavam perto). Os judeus tinham essa mensagem, conheciam Deus, posto que Ele havia firmado uma aliança com Israel. Agora, com a vinda de Jesus, esse Israel deixa de ser algo geográfico. Deixa os muros e torna-se acessível a todos. O Israel de Deus, o povo de Deus é, então, todo aquele que crê e recebe a Jesus como Salvador e Senhor, mostrando que ambos podem ter acesso a Deus, mas por intermédio daquele que é a mensagem, Cristo Jesus. Essa é uma definição simples e superficial do significado do termo “Reino de Deus”, muito usado nas Escrituras. Esse mesmo Reino foi pregado por Jesus em Marcos 1.14 e 15, o que é considerado a primeira pregação de Cristo. Ele começa o Seu ministério pregando o Reino de Deus, alertando a todos que deveriam se arrepender e crer no Evangelho. Essa mensagem trazida pelo Mestre – o qual é a mensagem em essência – quebrou todas as barreiras e trouxe a paz. Não só a paz com Deus, mas também a paz entre os homens. Se há paz entre os homens, podemos entender do texto que a união entre os que formam o Corpo de Cristo – a Igreja – é extremamente necessária para qualquer que seja o fim, principalmente Missões. À Igreja foi deixada a responsabilidade de levar o Evangelho, e ela é formada por indivíduos.Entendemos, assim, que cada um tem uma parte, um dever a ser cumprido na proclamação do Evangelho, tendo que deixar de lado, obrigatoriamente, a idéia de que essa proclamação – a de fazer Missões – é responsabilidade do outro ou daquele que seja mais preparado, aos olhos dos homens. Fazer Missões é uma tarefa individual. Mas, ao mesmo tempo, é necessário que estejamos unidos como um corpo, a Igreja, para que a Grande Comissão seja realizada de forma completa.Prosseguindo nesse texto, o apóstolo Paulo diz que é por Jesus que temos acesso ao Pai. Na língua original do Novo Testamento (o Grego), a palavra prossagóguem foi traduzida para o português como “acesso”, conforme podemos conferir no texto em questão. Essa é, provavelmente, a melhor tradução. Entretanto, o mesmo vocábulo também pode ser entendido como “introdução” ou “receber o privilégio de ter acesso”. E é interessante sabermos que nas cortes orientais havia uma pessoa que era chamada de prossagoges. Era ele quem apresentava ou introduzia alguém à presença do rei.Ninguém poderia ter acesso ao rei se não fosse por meio da apresentação desse indivíduo. Identificamos, então, Jesus como o nosso prossagoges, ou seja, aquele que nos dá acesso a Deus, que nos apresenta a Ele. Sem Jesus, jamais seríamos introduzidos à presença de Deus, tampouco teríamos acesso ao trono da graça.Diante de tudo o que vimos acima, podemos fazer a mesma pergunta que Carlos Drummond de Andrade, grande poeta brasileiro, fez: “e agora José?”. Usando outras palavras: o que fazer com tudo o que foi lido e compreendido? Temos que aplicar em nossas vidas.Entendemos que Jesus é a paz – a mensagem de salvação – para toda humanidade, sem diferenciação geográfica, social e étnica. Da mesma forma, que só em Jesus é que temos acesso ao Pai, pois é Ele quem nos anuncia e introduz a Deus. E, também, entendemos que devemos ser propagadores dessa mensagem, num esforço individual e, ao mesmo tempo, coletivo como Igreja. Tendo essas verdades bem claras em nossas mentes, não podemos nos eximir da responsabilidade de fazer Missões. A nossa atenção deve ser mais elevada ainda se levarmos em conta o momento em que vivemos no mundo. Não há desculpas que possam justificar a não participação na evangelização das nações. Ainda que você só possa cumprir a Grande Comissão na Jerusalém da sua realidade, a obra tem que ser feita. E não só lançar mãos ao trabalho, mas cooperar – de todas as formas possíveis – com outros que também se dispõem a ir até à Judéia, Samaria e aos confins da Terra.Por vivermos num mundo sem fronteiras, onde a informação chega aos lugares mais longínquos, até mesmo ao vivo, podemos entender que esse é o melhor tempo para se fazer Missões. No texto do Novo Testamento encontramos duas palavras para definir “tempo”. Uma é kairós e a outra é crónos, cada uma com significados diferentes e específicos. A palavra grega kairós denota um momento de tempo marcado por ser o mais oportuno (cf. 2 Coríntios 6.2) e, também, o momento certo ou favorável, divinamente marcado (cf. Marcos 1.15). Já a palavra crónos é usada para mostrar um período de tempo (cf. Atos 1.21), quantidade de tempo, tempo medido, quantificado (cf. Lucas 8.27 e Atos 13.19). Face ao exposto, fica fácil entendermos que kairós é o tempo na sua qualidade. Por outro lado crónos é o tempo na sua quantidade. Uma prova de que o termo crónos está ligado à medida do tempo é à palavra portuguesa “cronômetro”, a qual é derivada de crónos. Essa explicação, importante para a nossa melhor compreensão dessa realidade globalizada em que vivemos, é para afirmar que estamos no momento kairós de fazer Missões. Tudo está convergindo para que cada vez mais mares nunca antes navegados possam ter, passando por eles, o navio da salvação, carregando a preciosa mensagem de que Jesus é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém pode ter comunhão com Deus a não ser por intermédio Dele, o único intercessor entre os homens e Deus.A pergunta que não quer calar: como fazer missões de maneira mais ativa, além de orar e contribuir financeiramente para o sustento da obra? Há muitas maneiras, mas precisamos entender certas coisas.Algumas pessoas foram chamadas para ser missionárias de tempo integral, ou seja, deixam suas casas, familiares e amigos e seguem para um determinado lugar, onde irão imergir na cultura local, a fim de facilitar o desenvolvimento de relacionamentos para, com bastante clareza, exporem o Evangelho, a fim de que aquele povo específico entenda-o. Há outros que reservam determinado período de suas vidas e seguem para o campo missionário como voluntários, passando um tempo curto (meses) ou um pouco mais longo (1 a 2 anos, ou mais). Há também aqueles que se dispõem a irem temporariamente, para um determinado serviço, passando duas semanas e, ali, evangelizam. Se nos consideramos crentes compromissados e usufruirmos boa saúde, há, sem sombra de dúvida, um trabalho aguardando por nós no campo missionário, seja em Jerusalém, na Judéia, entre os samaritanos ou num país estrangeiro: os confins da Terra.Se não temos o chamado para ser missionários efetivos, consideremos as viagens missionárias como uma grande oportunidade de nos aprofundarmos cada vez mais nessa tarefa apaixonante. Uma vez indo, estaremos cooperando com o trabalho do missionário que se encontra no campo. E a palavra chave para o voluntariado-missionário é “flexibilidade”. O primeiro passo para se tornar um missionário voluntário é ter uma atitude de disponibilidade. É quando você diz: eu estou à disposição de Deus para Ele fazer qualquer coisa através de mim, em qualquer momento, em qualquer lugar e qualquer que seja o serviço, e sem restrições geográficas, étnicas ou sociais. Temos que aproveitar o kairós que vivemos agora, aproveitando cada oportunidade e meios para cumprirmos a Grande Comissão.Nunca o mundo esteve tão ao nosso alcance e é preciso agir nessa realidade mundial onde as fronteiras se desintegram. Se não podemos sair de casa, que façamos uso da Internet. A tecnologia está aí para ser utilizada por nós no Reino de Deus também.Temos que nos conscientizar de nossa responsabilidade de sermos servos obedientes a Deus. Não podemos reter conosco a maravilhosa mensagem que é Jesus Cristo e a transformação que somente Ele pode fazer na vida do ser humano. Essa transformação se refletirá diretamente na sociedade. Não permitamos deixar o crónos passar, passar e passar, perdendo a grande oportunidade que o kairós nos oferece agora para disseminar o Evangelho do Reino, chamando as pessoas a se arrependerem, pois o tempo está próximo. Que nesse mundo sem fronteiras, não fiquemos parados, mas possamos ser instrumentos vivos nas mãos de Deus – utilizando todos os meios que Ele tem colocado à nossa disposição – para que cumpramos a Grande Comissão em toda a sua extensão. Agindo sempre assim, ao chegar o final da nossa jornada, teremos o mesmo privilégio que Paulo teve ao dizer que havia combatido um combate honroso, completado a sua missão e guardado a fé. Tudo isso para a honra e glória do nome de Deus. Amém.


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