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domingo, 2 de novembro de 2008

A CAPACITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


Ouvi certa vez a declaração de um professor dizendo que não é difícil viver a vida cristã com as nossas próprias forças: é impossível. Sem comunhão com Deus jamais conseguiremos.Podemos aplicar essa mesma declaração sem dificuldade alguma, no que diz respeito à obra missionária, ou à nossa tarefa de fazer missões. Parafraseando-o, poderíamos dizer que não é difícil fazer a obra missionária com as nossas próprias forças: é impossível. Mas como fazer o impossível?Sem a presença do Espírito Santo em nossas vidas, a Grande Comissão seria de fato algo inviável. Entretanto, capacitados por Ele é que missões em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra passa a ser uma possibilidade concreta para nós, independente de nossas limitações.Jesus Cristo sabia que Seus apóstolos, assim como nós, não seriam capazes de ser enviados como Ele foi (João 20.21), tampouco cumprir a Grande Comissão.Podemos observar isso claramente nas palavras do Mestre, em Lucas 24.49, quando disse: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”. Esse revestimento de poder é o Espírito Santo, o qual viria e habitaria permanentemente nos apóstolos e em todos aqueles que aceitassem a Jesus como salvador. Até então – desde o Antigo Testamento – a atuação do Espírito Santo na vida dos que foram usados por Deus era temporária, para uma determinada missão. Entretanto, ao cumprir-se a promessa de Jesus, mencionada em João 14.26a, que diz: “mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome”, passamos a ter a presença do Espírito de Deus em nós, o qual jamais nos deixará.A própria maneira com a qual Jesus chama o Espírito Santo - “o Consolador” - passa-nos a grande noção de que sem a Sua presença nada poderemos fazer.Em João 14.26, como em muitos outros versículos do Novo Testamento, a palavra grega parákletos é usada para definir, mais precisamente, o que representaria a pessoa do Espírito Santo em nossas vidas.E é confortante sabermos que não significa unicamente Consolador. Esse vocábulo grego também pode ser entendido como “aquele que é chamado para ajudar”, “conselheiro”, “defensor”, “intercessor” e, também, “o que protege”. O Espírito Santo é, ao mesmo tempo, todas essas coisas para nós. Na obra missionária, bem como na vida cristã, é Ele quem nos ajudará, nos aconselhará, nos defenderá, constantemente intercedendo por nós e nos protegendo. O cumprimento da nossa missão de evangelização somente será possível se em Cristo estivermos. Estando em Cristo, o Espírito Santo habita em nós, capacitando-nos para cumprir a vontade de Deus em nossas vidas. E é vontade de Deus que façamos Missões.A capacitação, vinda do Espírito Santo, é necessária não só a nós nos tempos modernos. Quando olhamos para o Novo Testamento e pensamos na obra missionária e naqueles que cumpriram a Grande Comissão no primeiro século de nossa era, a primeira pessoa que nos vem à mente é o apóstolo Paulo. Sempre ligamos Paulo às suas viagens missionárias, levando a sério a missão deixada por Jesus. Não há dúvidas de que Paulo era intelectualmente capacitado.Se estivesse vivo nos dias atuais, chamá-lo de “doutor em Teologia” seria pouco para ele, diante de sua formação acadêmica tão elevada. Mas Paulo jamais deixaria de ser Saulo, se não houvesse a experiência de salvação em Jesus, recebendo, assim, o Espírito Santo e deixando capacitar-se por Ele.Todos nós, salvos por Jesus, fomos batizados no Espírito Santo no momento em que dissemos “sim” a Ele, abrindo a porta de nossos corações e recebendo, assim, a salvação. Esse batismo é único e a sua evidência, ou prova, pode ser vista diariamente na vida do crente. Essa verdade bíblica fica bem fácil de entender quando lemos o que o próprio Jesus disse, registrado no livro de Atos 1.8 (uma outra maneira em que a Grande Comissão é exposta): “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da Terra”.Se realmente somos batizados no Espírito Santo, a maior prova disso é que passamos a ser testemunhas do amor de Cristo. Nasce em nós o desejo de passarmos esse presente que Deus nos deu para as outras pessoas. Assim a obra missionária começa, pois começamos a pregar onde podemos chamar de “a nossa Jerusalém”, seguindo, gradativamente, até os confins da Terra. Ter Jesus Cristo como salvador significa ter o Espírito Santo em nós. Se somos batizados no Espírito Santo – fato único ocorrido no momento da salvação – naturalmente passamos a ser Suas testemunhas. Assim sendo, somos todos missionários.Essa capacitação no Espírito Santo nos dá poder. Assim como todos os significados da palavra grega parákletos estão ligados ao Espírito Santo e Sua obra em nossas vidas, a palavra “poder” também é intimamente ligada à Terceira Pessoa da Trindade. “Mas recebereis poder” (início de Atos 1.8). Tendo sempre em mente que o Novo Testamento foi escrito em Grego, é interessante vermos essa palavra no seu original e fazermos uma ligação direta com a nossa realidade e até mesmo com o nosso idioma. “Poder” em Grego é dúnamis (no texto em questão leia-se dúnamin, uma vez que se encontra declinado). É desse vocábulo grego que vem a palavra dinamite, potente explosivo inventado pelo sueco Alfred Bernhard Nobel. Capacitados pelo Espírito Santo, tendo esse poder, essa potência, devemos explodir como a dinamite, testemunhando de Cristo, pois temos em nós a própria fonte de poder e anunciamos um nome que em si mesmo é poderoso: Jesus. Paradoxalmente, será uma explosão que não trará destruição, muito pelo contrário.Ao explodirmos, lançando o nome de Jesus como uma poderosa dinamite, o que está destruído, será construído; o que está caído, será erguido; o que está fraco será fortalecido e, acima de tudo e mais importante, o que está perdido, será encontrado e salvo.Se estamos cheios do Espírito Santo e capacitados por Ele, seremos testemunhas de Cristo. É o que o mesmo versículo de Atos 1.8, na sua continuidade, diz: “sereis minhas testemunhas”. Em outras palavras, somos levados a testemunhar Dele, pregar a salvação que só se encontra Nele. Voltando à língua original na qual o Novo Testamento foi escrito, a palavra “testemunha” também nos traz um forte significado, principalmente no sentido que ela passou a ter no Português, derivando do Grego, bem como do Latim.“Testemunhas” na língua grega é mártires (martire no Latim). Daí vem o termo – bastante conhecido por nós – “mártir”, que é a pessoa que sofre tormentos ou até mesmo morre por causa de suas crenças ou opiniões. Isso porque além de mártir significar testemunha ou aquele que declara fatos que ele mesmo conhece, também tem esse significado de falar o que crê, mesmo que esse seu testemunho cause a sua própria morte. Porém, não quer dizer que sairemos buscando a morte como conseqüência do nosso testemunho a cerca da Palavra da Vida. É sim um alerta. Somos alertados que capacitados pelo Espírito Santo, recebemos a coragem para fazer missões, pregando o Evangelho, sem temer as conseqüências. Devemos seguir o conselho de Paulo dado a Timóteo, quando lhe disse que deveria pregar a Palavra quer fosse conveniente ou não (2 Timóteo 4.2). Assim, entendemos que temos em nós o parákletos, que recebemos o dúnamis, sendo poderosa e transformadora a própria mensagem espalhada por nós. A maior evidência da presença do Espírito Santo em nossas vidas é o fato de nos tornamos mártires de Cristo. Apesar de sermos capacitados pelo Santo Espírito de Deus para a obra missionária – sem Ele mesmo agindo em nós e através de nós, a nossa missão se torna impossível ou irrelevante. Muitas vezes, olhamos para nós e nos achamos tão limitados, tão cheios de defeitos e tão indignos de ser usados por Deus, que acabamos negligenciando Missões em nossa vida. Sempre que essas sensações assombrarem nossas mentes, devemos nos lembrar daqueles que Deus já usou, principalmente os que se encontram na Bíblia. Vejamos o apóstolo Pedro. Ele faz uma afirmação grandiosa, chamando Jesus de “Cristo, o Filho do Deus vivo”. No instante seguinte ele fala uma outra coisa e é fortemente repreendido por Jesus. Pedro, que disse que mataria e morreria por Cristo, nega o Mestre três vezes. O mesmo Pedro, que aos olhos humanos era tão imperfeito e que cometeu tantos erros, pregou e milhares de pessoas aceitaram a Jesus. E esse mesmo Pedro que, humanamente falando, era cheio de falhas, foi tremendamente usado por Deus para pregar o Evangelho, fazendo Missões na sua época. Certamente, a despeito das nossas imperfeições, Deus nos usará. Ainda que nos consideremos extremamente limitados, Deus nos tornará instrumentos ilimitados na obra missionária.É o poder do Espírito Santo que nos capacita para a obra missionária. Essa capacitação nos torna servos obedientes e úteis ao Senhor. Com Ele poderemos ir além dos nossos limites, pois é o nosso parákletos – na essência completa dos significados explodir e espalhar as boas novas que há no nome poderoso de Jesus, nossa esperança, iluminando o mundo. Agindo assim, seremos verdadeiros mártires, testemunhas de Cristo, pregando o Evangelho independente das circunstâncias. Capacitados com poder do Espírito Santo, sejamos missionários – testemunhas de Cristo – indo e pregando o poderoso nome de Jesus na Jerusalém da nossa realidade, seguindo até a Judéia, Samaria e chegando aos confins da Terra, para honra e glória de nosso Deus. Amém!

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