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domingo, 9 de novembro de 2008

CINGE-TE E CALÇA AS TUAS SANDÁLIAS


Os escritos dos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João confirmam a previsão que João Batista fez enquanto estava batizando pessoas nas águas na Betânia, depois do Rio Jordão: cada um evocou os sapatos de Jesus através da voz do profeta: “Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo” (Mateus, 3:11). “E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de, inclinando-me, desatar a correia das sandálias” (Marcos, 1:7).
“...Eu, na verdade, vos batizo em água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo” (Lucas, 3:16).
“Respondeu-lhes João: Eu batizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis. aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da sandália” (João, 1:26-27).
Esse enunciado (repetido 4 vezes) se referem a sandálias pesas ao pé por tiras. Essas eram típicas durante o período da ocupação romana na Palestina e foram usadas por conterrâneos de Jesus. O Novo Testamento as menciona em inúmeras ocasiões. Se nós olharmos a história de Mateus e Lucas no chamado dos 72 discípulos, Jesus os aconselha a andar de pés descalços: “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento” (Mateus, 10:9-10) “...E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés” (Mateus, 10:14) “...Ide; eis que vos envio como cordeiros ao meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho” (Lucas, 10:3-4).
Mas Marcos mostra uma versão diferente: “E chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e dava-lhes poder sobre os espíritos imundos; ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, senão apenas um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto; mas que fossem calçados de sandálias, e que não vestissem duas túnicas” (Marcos, 10:7-9).
Embora dê enfatize o asceticismo, a versão de Marcos tem o sapato como um símbolo de viagem, assim como Jean-Paul Roux explica em um artigo no jornal do Institute of Calceology intitulado: “O simbolismo do calçado em descendentes religiosos de Abraão: judaísmo, cristandade e islamismo”. Na parábola de Lucas sobre o filho pródigo, o pai fala do filho recém encontrado, “Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés” (Lucas, 15:22). Apenas os homens livres podiam usar sandálias, os escravos não tinham o direito de usar calçados. Em outra parte no Novo Testamento, na narração da libertação de São Pedro nos Atos dos Apóstolos têm uma história sobre as sandálias: “Ora quando Herodes estava para apresentá-lo, nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias e as sentinelas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. Disse-lhe ainda o anjo: Cinge-te e calça as tuas sandálias. E ele o fez. Disse-lhe mais; Cobre-te com a tua capa e segue-me” (Atos dos Apóstolos, 12:6-8).

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